SILÊNCIOS

04/04/2019


E nem se eu te contasse todos os meus silêncios você me entenderia...

Quando me calo, sem dúvidas tem um mundo de palavras querendo sair, mas elas simplesmente não saem. Quanto barulho cabe no silêncio ? Queria que você entendesse entre linhas, talvez fosse mais fácil. Não adianta querer ver a tempestade e não sentir o vento, sente, sente sente, sente, o problema é que eu sinto, sinto muito. 

Já não são mais borboletas na barriga, são mariposas na garganta. 

 É UMA REVOLUÇÃO DENTRO DA MINHA BOCA! Tropas de palavras vindo da laringe e tropas de senso autocrítico grave surgindo de dentro de grandes e estreitíssimas pilastras brancas. Parece que quando as palavras estão quase conseguindo ultrapassar as pilastras, vem de bombardeio um olhar fulminantes que traz mil e uma plantações de abobrinhas em meu campo cerebral. Como não sei capinar perco o "time" e as palavras secam. Assim, as palavras nunca vão se arrepender de ter machucado alguém. Mas por outro lado, as palavras nunca vão conhecer além das pilastras. 

O deserto ensaiava uma propagação de chuva, mas não imaginava que apenas uma lágrima poderia causar piores danos. Magoamos e somos magoados o tempo todo, e quase sempre é sempre sem querer. ENTÃO HÁ UMA EXPLOSÃO! A arte que te sufoca já precisa voar,e que possamos voar, voar muito mesmo sentindo os pés no chão. 

Quem já morou nos próprios abismos sabe o quão além pode ir. Somos alma toda e que continuemos sentindo muito por quem sente tão pouco. Tem gente que não merece nossos exageros, nossas palavras e muito menos nosso silêncio.

Clara Nery (Hibisco Poesias)

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